Eles fecharam 2017 devendo mais de R$ 60 milhões. Instituições são responsáveis por 70% dos atendimentos do SUS em SC.
Os hospitais filantrópicos catarinenses começaram o ano com dívidas e dificuldades para adquirir novos equipamentos. Eles abragem mais da metade das cidades de Santa Catarina e são responsáveis por 70% dos atendimentos no estado do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, fecharam 2017 com uma dívida de mais de R$ 60 milhões, como mostrou o NSC Notícias.
Rio do Sul
No Hospital Regional do Alto Vale, em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, 85% dos atendimentos são pelo SUS. “A dificuldade do Hospital Regional Alto Vale, assim como os demais hospitais da rede filantrópica, é realmente a de custeio, é a financeira. Porque os nossos maiores clientes sempre foram o SUS e a rede conveniada, pirncipalmente o SUS, afirmou o presidente da Fundação Hospitalar Alto Vale do Itajaí, Giovani Nascimento.
“Hoje, a maior dificuldade é que o Sistema Único de Saúde desde 1994 não reajusta mais a tabela”, completou o diretor do hospital, Siegfried Hildebrand.
“Para tu construíres novas equipes, para tu adquirires novos equipamentos, modernizares a estrutura do hospital, tudo isso tem um custo muito elevado”, resumiu o diretor-técnico do hospital, Marcelo Gambetta.
O hospital atende 28 cidades. Juntas, elas somam 300 mil moradores. “Eu sofri um acidente de carro na Curva da Bananeira em Trombudo Central [Vale do Itajaí]. Se não tivesse o hospital de Rio do Sul, ia ser ruim porque o lugar mais perto era Blumenau [Vale do Itajaí] ou às vezes até Curitibanos [no Oeste] teria recursos”, afirmou o paciente Samuel de Souza.
Rio do Sul é referência para o Alto Vale do Itajaí em várias especialidades de alta complexidade. O hospital fechou 2017 com um prejuízo de R$ 17 milhões.
Equipamentos
“Com o passar do tempo, os equipamentos vão se deteriorando. Nós estamos passando por uma fase que necessitamos urgentemente trocar uma série de aparelhos”, afirmou presidente da Fundação Hospitalar Alto Vale do Itajaí.
A gerente de enfermagem da unidade, Leila Fátima Vani, disse que as substituições são necessárias: “Todas as pinças, afastadores que são usados nos procedimentos cirúrgicos. Atrapalha o procedimento porque esse material já está muito sucateado”.
“Tudo isso demanda uma quantidade de recursos bem elevada, coisa que no momento infelizmente não temos”, lamentou o diretor-técnico.
Criciúma
No Hospital São José em Criciúma, no Sul do estado, a situação é semelhante. “Todos nós, todos os hospitais estão numa situação muito difícil. Cada R$ 100 que o Hospital São José coloca no SUS, ele só recebe R$ 65. Então os hospitais estão se virando, estão fazendo empréstimos. Isso aumenta mais a dívida porque tem o juro para pagar”, explicou Altamiro Bittencourt, das relações institucionais do hospital.
A dívida da unidade chegou a R$ 30 milhões no ano passado. Além de alta complexidade, o Hospital São José se tornou referência para o tratamento do câncer no Sul do estado.
“Recentemente, a gente ampliou o setor de radioterapia, então temos os dois aceleradores lineares da região. Se o paciente não fizer a radioterapia aqui, fará só em Florianópolis”, disse a oncologista Juliana Lorenzoni Althoff.
Porém, afirmou também que “o hospital sempre teve uma política de tentar manter os tratamentos oncológicos, mesmo quando a verba foi passada de forma parcial”.
Confira a matéria completa no site do G1:
https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/hospitais-filantropicos-de-sc-enfrentam-dividas-e-dificuldades-para-adquirir-novos-equipamentos.ghtml