O presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Santa Catarina (AHESC), Altamiro Bittencourt, e a presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina, Ir. Neusa L. Luiz, convocaram uma reunião virtual com gestores hospitalares nesta sexta-feira, dia 08 de abril, para a apresentação do Movimento da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) com o tema “Chega de Silêncio”, que busca financiamento para o PL 2564/20 do piso da Enfermagem. A presidente da FEHOSC apresentou o cronograma do movimento para este mês, assim como fez um apelo para que os hospitais se unam à causa participando de cada ação proposta. A videoconferência também contou com a participação do presidente da CMB, Mirócles Véras, que expôs a importância da ação na busca por sustentabilidade dos hospitais.
De acordo com a CMB, atualmente, os Hospitais Filantrópicos e as Santas Casas de Misericórdia empregam 460 mil profissionais de enfermagem. Portanto, o novo piso salarial da enfermagem poderá representar um impacto financeiro de R$ 6,3 bilhões no segmento.
As entidades AHESC-FEHOSC ressaltam que são a favor de uma remuneração justa aos enfermeiros, no entanto estão lutando por uma forma de financiamento para arcar com essas despesas, tendo em vista que os hospitais já sofrem com a inflação de materiais e medicamentos, não possuindo condições de pagar e suportar o novo piso salarial. O impacto financeiro causado pela aprovação do PL irá fechar muitos hospitais filantrópicos, que são responsáveis por 70% dos procedimentos de média e alta complexidade oferecidos pelo SUS.
Na avaliação do presidente da AHESC, Altamiro Bittencourt “é preciso encontrar uma fonte de financiamento e custeio permanente para o aumento da altíssima despesa prevista no projeto, caso contrário a Saúde será fortemente prejudicada”, enaltece. “A mobilização é necessária. Precisamos ir a Brasília, visitar a Câmara dos Deputados, cobrar apoio dos representantes catarinenses, pois precisamos de resposta”, finaliza.
Para a presidente da FEHOSC, Ir. Neusa L. Luiz “é hora de unirmos nossas forças para buscarmos voz nas esferas municipais, estaduais e federais. As entidades também valorizam os profissionais que se dedicam diariamente pela Saúde, mas o PL não está ancorado em nenhuma espécie de fonte de financiamento, tornando insustentável e podendo levar as unidades de Saúde à falência”, ressalta.
O cronograma da Campanha, com ações que vão de 4 a 28 de abril, está composto por reuniões com profissionais da enfermagem, ações municipais e estaduais para exposição dos impactos locais, de 11 a 14 de abril. De 18 a 20 de abril, está programada uma ampla divulgação na imprensa local, onde foi sugerida pelos participantes a realização de uma mesa redonda com a imprensa e a participação dos hospitais de cada região, onde cada diretor regional deve assumir a frente do movimento. No dia 19 haverá uma paralisação simbólica, e nos dias 25 a 28 de abril serão organizadas Caravanas em Brasília. No dia 26 irá ocorrer o ato simbólico da marcha com os prefeitos. O cronograma e o kit da Campanha já estão disponíveis para o acesso dos diretores.
Entre as ações que serão realizadas pelas entidades, está o agendamento de uma reunião com o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren), nos próximos dias para a busca de diálogo e entendimento sobre a luta do setor.
O último assunto pautado, foi a preocupação dos hospitais em manter plantonistas presenciais 24 horas de anestesiologista, obstetrícia e pediatria nos hospitais de pequeno porte. Segundo os diretores, o custo para esse regime é muito elevado, e os hospitais sempre conseguiram atender a população contratando plantonistas sobreaviso. Em resposta, os presidentes informaram que irão reunir-se com o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina – CREMESC, para tratar do assunto.