Na tarde desta segunda-feira, 18 de abril, o presidente da AHESC, Altamiro Bittencourt, juntamente com os diretores regionais AHESC-FEHOSC da região Sul de Santa Catarina, Evandro Pereira Peck, representando a presidente da FEHOSC; Edvan Della Giustina, Suzana Peruchi, e demais diretores hospitalares da região, reuniram a imprensa local na Associação Empresarial de Criciúma (ACIC), para expor a angústia que assola o setor filantrópico e os detalhes do Movimento Nacional organizado pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Brasil (CMB) pela busca por financiamento para o PL 2564/2020 que institui o piso salarial da enfermagem.
Conforme o projeto, o valor mínimo inicial para os enfermeiros será de R$ 4.750 , já para os técnicos de enfermagem R$ 3.325 . Os gestores enfatizaram que os hospitais não são contra a remuneração da Enfermagem, que reconhecem o trabalho das equipes e compreendem a necessidade de valorização, porém os esforços são pela busca de uma fonte de financiamento para arcar com as despesas da folha, que tendem a aumentar cerca de 62%, causando um impacto estimado em R$ 6,3 bilhões por ano, na conta das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. A aprovação do PL sem recursos permanentes poderá provocar um efeito cascata por pedidos de aumento de salário em outras profissões, demissões em massa, fechamento de setores e até mesmo de hospitais, causando um colapso no setor da Saúde, não somente de Santa Catarina, mas do país.
Os hospitais filantrópicos que possuem uma luta histórica por sobrevivência, enfrentando a defasagem da tabela SUS por duas décadas, a crise provocada pela pandemia Covid-19 e o aumento drástico de insumos e medicamentos, agora precisam entrar na luta para não fecharem suas portas diante dessa, que se avalia ser a maior crise da história do setor, que hoje atende 70% de atendimentos de Alta e 51% de Média Complexidade no Brasil.
O presidente da AHESC, Altamiro Bittencourt, relatou que ” este é o momento de buscarmos apoio dos poderes municipais, estaduais e nacional, já que a Saúde é tripartite. Precisamos de uma fonte de financiamento permanente para garantir a sobrevivência dos hospitais, pois a população poderá ficar desassitida”, enfatiza.
Durante o encontro, os gestores também destacaram a então promessa do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, em aprovar o PL 5.273/2020, durante audiência em Brasília no mês de maio do ano passado, que disponibilizaria R$ 2 bilhões às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos que atendem pelo SUS. Portanto, 1 ano se passou e o dinheiro não foi recebido pelos hospitais.
Após a reunião, a equipe visitou a Câmara de Vereadores de Criciúma em busca de apoio parlamentar, a casa reconheceu a luta dos hospitais e se comprometeu a reunir os deputados da região para uma conversa explicativa sobre as dificuldades apresentadas pelos gestores quanto à aprovação do PL referido sem recursos definidos.
Movimento CMB “Chega de Silêncio
Gestores e Profissionais de saúde rompem o silêncio para expor a crise da maior rede hospitalar do SUS. O movimento solicita a alocação de novas verbas para garantir a continuidade dos atendimentos nesses estabelecimentos de saúde. Para que não ocorra a desassistência da população, as Santas Casas e hospitais filantrópicos requerem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência urgentíssima, como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do projeto de lei 2564/20, assim como para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS.